O intercâmbio missionário é a modalidade para quem quer
conhecer outras culturas e trabalhar para o reino
Viajar
é uma das melhores coisas que alguém pode experimentar. Conhecer novos lugares
ou rever aqueles que ficaram na memória, aprender um novo idioma, apreciar uma
nova culinária e encontrar pessoas diferentes e encantadoras são algumas das
mais incríveis sensações de um viajante. É por essas e outras razões que muitas
pessoas optam por um intercâmbio. Não importa a idade: a experiência do
intercâmbio muda a vida de quem o faz. Mas o que fazer quando os motivos
listados acima não são os únicos que impulsionam o desejo de sair da zona
de conforto em busca de novas experiências? E se você quiser útil no seu
destino, trabalhando em favor dos nativos?
É
este sentimento que tem atraído muitos jovens para a modalidade missionária do
intercâmbio, o volume é tão significativo que é possível encontrar agências
específicas para isso, como a Cese – Intercâmbio Cristão, de Curitiba, que
ajuda jovens a encontrarem o intercâmbio mais indicado e auxilia com toda
burocracia: desde a papelada até a compra de passagens. O que leva os jovens
(ou adultos) a escolher esse tipo de intercâmbio é a necessidade de cumprir o
IDE do Senhor ao mesmo tempo em que recolhem experiências com impacto
na vida pessoal, profissional e espiritual.
Cumprindo
o IDE no Velho Mundo
Para
alguns, é a oportunidade de ser canal do amor e providência de Deus, aprender
mais sobre Ele e também mudar o pensamento em relação a muitas coisas. “Foi uma
experiência muito diferente, de tudo o que já vivi. Fui servir num país em um
continente onde o Evangelho muitas vezes não é recebido com braços abertos. Ter
essa experiência me fez vivenciar ainda mais que não é pelo meu próprio braço
que consigo pregar, falar ou fazer algo, e sim ser totalmente dependente do
agir do Espírito Santo e de como Ele quer fazer as coisas do jeito dele”,
conta Grace Kelly Schimitt.
Grace
embarcou para a Grã-Bretanha para participar de um projeto chamado Pa!s e
ficou 11 meses na pequena e aconchegante cidade de Clitheroe. “Éramos o
intermediário entre escola e igreja local. Fazendo isso através de clubes de
lanche, assembleias (esquetes de em média 20 minutos), onde através de
princípios bíblicos havia conversas sobre ter confiança em Deus, perdão, coisas
grandes, etc. Ajudávamos na igreja local como lideres de grupos de adolescentes,
e no que era preciso”.
Foi
um tempo transformador para a catarinense de Blumenau que ao voltar percebeu
que a igreja brasileira pouco faz pela comunidade local: “foi um sacode no meu
modo de ver o Evangelho aqui no Brasil”. O resultado dessa sacudida foi um
projeto que atende crianças carentes de sua cidade. Com o objetivo Social,
Educativo, Evangelístico e Missionário, a iniciativa atende atualmente sete
crianças no prédio da própria igreja e o intuito é ser ponte entre essas
crianças e seus pais, atraindo-os à Deus. “Já tem sido desafio após desafio.
Crianças desestruturadas de amor precisando de muito auxílio”, completa
Grace.
Tudo
novo
Desafio
foi também o que o jovem Vinicius Santos, 22 anos, de Campinas, enfrentou em
seu primeiro intercâmbio missionário. “Foi a primeira vez de muitas coisas,
viajar sozinho, conhecer outro país, falar outra língua”, conta. Ele é
integrante do Castelo do Rei, um programa das Assembleias de Deus, cujo foco é
o evangelismo infantil e o discipulado de jovens e adolescentes. Vinicius foi
para El Salvador, país da America Central que fala espanhol, língua que o jovem
não dominava na época e teve que aprender rapidamente.
O
choque cultural foi muito forte, mas as dificuldades, segundo ele, só o
aproximaram de Deus. Dentro de alguns meses, Vinicius já estava pregando pela
primeira vez e em espanhol. Depois disso ele ainda viajou para Colômbia,
Uruguai, Argentina e Estados Unidos, onde pastoreou um grupo de jovens.
Compartilhar o que aprendeu em suas viagens não foi tarefa difícil, hoje
Vinicius ensina inglês e espanhol e trabalha com equipes de estrangeiros que
vêm ao Brasil. “É ótimo viajar e ter novas experiências, mas voltar para o
Brasil pra mim sempre foi muito especial, acredito que nós podemos mudar o
mundo, e eu quero começar pelo Brasil”, conclui.
Mão
na massa
Intercâmbio
Missionário é para quem quer estar constantemente ocupado. Mauro Santos, de 24
anos pôde sentir isso na pele, quando saiu de Curitiba em direção a White
River, na África do Sul para participar do Ten Thousand Homes, onde
os intercambistas ajudam na construção de casas para os moradores locais. Essa,
porém, não é única atividade desenvolvida por lá, há também outras ocupações
como ajudar o ministério infantil, visitar casas e hospitais e o serviço
social e evangelístico: “O projeto abrange muito mais do que construir casas.
Tentei participar um pouco de cada coisa”. Além de toda ação, Mauro ainda
conheceu missionários de diversas partes do globo e conseguiu dar um upgrade no
inglês.
Dos
meses em que ficou fora, Mauro não consegue extrair apenas um acontecimento que
marcou a sua vida, mas afirma que muitos encontros impactaram de forma
significativa e que o ajudam a fazer uma autoavaliação constante sobre o modo
de agir e pensar: “Tudo foi um grande aprendizado, e um aprendizado que eu
senti na pele, vi as dificuldades, aprendi a dar mais valor nas coisas que
pareciam não ter valor, mas que tinham um valor enorme. Uma viagem dessas com
certeza muda a maneira de viver de qualquer pessoa”. A experiência foi tão
marcante que o jovem, além de já planejar nova jornada, contagiou mais pessoas:
“Minha irmã pretende estar junto para compartilharmos melhor essas aventuras”.

Nenhum comentário:
Postar um comentário