Procura-se amigos não crentes

Pode parecer clichê, batido... Assunto saturado. O problema é que mesmo sendo clichê, batido e um assunto saturado as pessoas insistem em querer ser luz onde definitivamente há muita luz. A Bíblia é clara quando diz “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:13-16). Jesus não poderia ter sido mais explícito.

Cristãos precisam de amigos não cristãos. É claro que existem níveis de relacionamento, o próprio Jesus teve diferentes tipos de relacionamento. Ele combinou o propósito de sua vida com seus relacionamentos mais próximos, mas isso não fez com que se afastasse dos demais. Quantas pessoas se convertem e simplesmente abandonam seus amigos não crentes por achar errado manter o amizade? De acordo com o designer e youtuber David Mesquista só é “errado se você se associa com alguém para fazer o mal, praticar bullying. O Salmo 1 fala isso. Mas amizade, de bater papo, trocar ideias, rir, nunca será errado. Pode acontecer justamente o contrário: você se cercar tanto de amigos crentes que não tem pra quem testemunhar o evangelho”.
Uma dúvida que sempre surge no meio dos jovens é se esse amigo não convertido deve ser evangelizado. A resposta é: deve. Então surge outra questão, como fazer isso sem ficar com a fama de chato? Simples. “Não seja impositivo e aprenda a ouvir”, diz David. Sem contar que existem diversas (muitas mesmo) formas de evangelização. É necessário aprender a agarrar qualquer oportunidade que surja para falar de Jesus.

O pastor e youtuber Junior Meireles conta que uma das maneiras de evangelizar é aproveitando assuntos que aparecem na roda de amigos. “Historias de fantasmas, por exemplo, eu já evangelizei várias vezes em rodas onde o tema central era fantasmas e terror, contei as historias de luta contra o mal, de manifestações em pessoas possessas e essas experiências que tive fazem com que eles me escutem. Depois de falar da escravidão da vida que não possui a Cristo, sempre no outro dia alguém me procura pedindo oração, é preciso nunca perder a chance de evangelizar, é pregar em tempo e fora de tempo”.

Vale ressaltar que se sentir um pouco confuso é normal no começo da caminhada cristã, isso não é culpa dos amigos, porém passa a ser prejudicial quando essa confusão torna a pessoa vulnerável às más influencias. “É normal que, na adolescência, o jovem se confunda um pouco e assuma posturas combativas e questionadoras de tudo que aprendeu na infância, e é aí que entram as boas companhias e os amigos que você fez caminhando com Jesus” explica David.

Amigos têm a capacidade de influenciar e é por isso que, segundo o pastor, os amigos do passado só representam perigo quando a pessoa não está realmente firmada em Jesus. “É até possível que este ex alguma coisa sirva de exemplo ou incentive essas pessoas que ainda estão na lama do pecado a serem diferentes e a viverem uma vida com Jesus. Relembrar o passado não é o problema, o problema é reviver o passado, você pode relembrar o passado com gratidão, por exemplo, por Deus ter tirado você daquela situação”.

David esclarece que “depende como você lida com o seu passado e do que fez nele. Se cometeu pecados dos quais se arrependeu, tratou e resolveu, você pode não ter problema algum. Mas imagine a seguinte situação: seus amigos e você usaram drogas no passado, e, ao se apartar deles, você conheceu Jesus e abandonou o vício, está livre e feliz. Andar com eles, sendo eles ainda usuários, será bom para você ou ruim? Você estará firme o bastante para influenciar ao invés de ser tentado? É uma questão na qual deve pensar seriamente, mesmo se tiver a intenção de evangelizar seus amigos. Não tenha dó, coleguismo ou falsa piedade. Jesus vem primeiro, sua salvação e decisão devem pesar mais que um sentimento de vou ser o chato da galera. Lembrar que o mundo nos detesta como detestou nosso Mestre deve motivar esse tipo de decisão”.

Jesus andava no meio de uns doidos aí, lá em Mateus 11:19 está escrito que chamaram ele de comilão e beberrão por andar no meio dos publicanos e pecadores. Ele foi o maior exemplo de amigo. Não se limitou apenas a amizades cristãs, ele também tinha relacionamento com não cristãos, pessoas de outras religiões, com ricos, pobres, pecadores. Ele amou todas essas pessoas, porém não se moldou aos padrões delas. Da mesma forma pode ser com a vida de um cristão, ele pode ter amigos fora da igreja, ele só não deve ter as mesmas atitudes que eles, afinal, ele é a luz no meio da escuridão. “As pessoas precisam ver Jesus em você. Mas Jesus não era tolo, então esta mesma firmeza deve ser sua marca. Sempre deixe claro para as pessoas os limites da amizade”, diz declara o designer.

O pastor Junior explica que para influenciar, de forma positiva os amigos não convertidos só é necessária uma coisa: ser exemplo. “Sendo o cristão que muitas vezes pregamos e não vivemos, porque quando seu amigo não cristão perceber a farsa que é você, não terá interesse nenhum em seguir a Cristo. Seja sempre exemplo, conte experiências, compartilhe o que Jesus Fez com você e ele será influenciado”.
Antes de qualquer coisa, se existe algo que esses amigos precisam é oração, às vezes esse amigo não quer mais ouvir falar de Deus, então apenas continue orando e ao mesmo tempo deixando a conversão a Deus. “Ore por todos eles. Tenha um caderno de oração com os nomes dos amigos e ore por cada um, sem falta, e Deus providenciará oportunidades de evangelismo. E não se preocupe se elas não vierem por meio de você: Deus é bom, é sábio, tem seus planos e sabe o que faz. Ore e confie, pode ser que outra pessoa o evangelize por causa da sua oração.”, aponta David.

*A Luciana Bellini, esposa do David Mesquita, também nos deu um help com algumas dúvidas.

*O canal do David Mesquita no Youtube é David Mesquita e o do pastor Junior Meireles é Sou Igreja Sou Luz.

MATÉRIA PUBLICADA NA EDIÇÃO 0 DA REVISTA 


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