A vida atrás da selfie

Instagram, Facebook, Snapchat, Periscope, a lista é extensa. E por conta desses aplicativos está cada dia mais difícil andar pelas ruas, restaurantes, festas e até mesmo estar entre amigos sem ver celulares levantados para tirar fotos, posicionados para gravar Snaps e ouvir aquela frase: “Olha a Selfie!”.
Aparentemente é tudo muito inovador. Acompanhar o dia a dia das pessoas que você admira, mesmo de longe. Estar por dentro de eventos onde não pode estar presente, conhecer rotinas de celebridades, registrar de momentos simples e únicos, mostrar às pessoas pensamentos e momentos da sua vida...estas coisas parecem tão boas, divertidas e inofensivas, não é mesmo?
Esses são os objetivos iniciais das redes sociais, porém, a mídia e a tecnologia nos transformou em reféns de uma necessidade de diariamente publicar em redes sociais. Atualmente pode-se até lucrar e tornar o hábito de tirar selfies e filmar rotinas, um emprego. E esse é apenas um dos diversos fatores que influenciam jovens a se tornarem reféns dessa necessidade.
O grande mal é que, de acordo com psicólogos, especialistas em análise comportamental, essa necessidade tem sido a principal causa de vazio interior de jovens e adolescentes, pelo simples fato de que eles têm vivido mais em prol de seus perfis nas redes sociais do que para sua própria vida pessoal, familiar e profissional. Ou seja, têm passado mais tempo pensando em fotografar momentos do que vivê-los, pensado mais em viajar e conhecer lugares novos para fotografá-los do que para apreciá-los, pensado mais nas curtidas e nos comentários da foto com o amigo do que por o papo em dia com o mesmo.
Acontece que as pessoas têm se esquecido de aproveitar os momentos, cultivar as amizades, sorrir fora das câmeras, conversar olhando no olho e ter as mãos livres para abraçar. As lembranças que antes eram guardadas na memória ou em álbuns de fotografia parecem não existir ou ter valor caso não sejam publicadas.
Provavelmente você já ouviu sua mãe dizer: “Tudo em excesso se torna ruim.”.
Pesquisas nos indicam aumento na porcentagem de demissões de  jovens e adolescentes, procurando por psicólogos com diagnóstico de depressão; de invasões de domicílio e até mesmo mortes por distração e exposição exagerada nas redes sociais. Então nos resta perguntar: ”Como não me tornar dependente da selfie?”.
Separamos algumas dicas para você ter o controle exato:
  1. Questione-se: Antes de publicar a sua foto, pergunte a si mesmo: “Por que estou postando essa foto?”, “Quais podem ser as consequências dessa imagem?”, “Qual é o meu objetivo com essa foto?”, “O que eu estou expressando é o que quero expressar?”. Se responder essas perguntas e encontrar bons resultados e um propósito para a publicação dessa foto, vá em frente! Mas caso você não tenha respostas satisfatórias ou coerentes, aconselhamos você a guardar em sua galeria e mostrar apenas às pessoas mais íntimas.
  2. Publique por você: Certifique-se de que você não está publicando algo para se sentir aceito, popular ou interessante para quem te segue, mas sim, porque simplesmente está se sentindo bem e à vontade para publicar e porque acha essa foto importante pra você.
  3. Seja você mesmo: Se aquela foto não obter tantos likes, não tem problema! Se você não tem tantos seguidores como muitos amigos, não se sinta inferior! O importante é que suas redes sociais reflitam quem você é! Continue sendo você mesmo, publique aquilo que diz sobre você. Com certeza existem pessoas que admiram você exatamente como é!
  4. Viva primeiro, compartilhe depois: Sabe quando está naquela festa com os amigos e vem o momento perfeito para tirar a selfie? Ou quando em um restaurante com a família vem um lindo prato de comida e você quer registrar? Fotografe! Mas logo após, guarde seu celular e viva! Os momentos passam, o prato esfria e a foto não desaparece da sua galeria!
E a dica principal:
Conscientize-se: Existe uma vida atrás da selfie e ela é a coisa mais importante do mundo! A vida é feita de sentimentos, momentos, risos, lágrimas e de pessoas especiais. Valorize aquilo que é real e que não se perde caso você não lembre o login, se desligue um pouco do mundo virtual, você não precisa provar pra ninguém que fez algo, que esteve com amigos ou que visitou lugares, só precisa ter certeza de que aproveitou o máximo tudo o que pôde viver.

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