Mike Dodson, Mark Waldrop, Jeremy
“B-Wack” Bush e Jack Parker formam o “The Digital Age”, o quarteto mais
brasileiro do Texas
Eles já tinham uma carreira consolidada quando vieram
ao país e arrebataram corações de jovens de todo Brasil - e foram arrebatados
também. Aprenderam português, cantaram na nossa língua, viram milhares de
pessoas vibrarem e adorarem ao som de sua música e fizeram parceria musical com
alguns de nossos cantores favoritos, como Livres e Fernandinho.
The Digital Age
ama o Brasil e se refere ao nosso país como ‘segunda casa’. Em entrevista por
email, repleta de palavras e expressões em português, o vocalista Mike Dodson
conversou com a NALU sobre a banda, o Brasil, se mostrou
antenado com os recentes acontecimentos por aqui e, entre outras coisas,
revelou um segredo muito aguardado pelos fãs do quarteto.
NALU: Quando a banda The Digital Age nasceu?
THE DIGITAL AGE: The Digital Age foi
formada em 2012, após quase 10 anos de turnê como "The David Crowder
Band." Toda a ideia do nosso nome vem da ideia de amar o nosso próximo.
Jesus nos chama primeiro para amar a Deus com todo o nosso coração e segundo
para amar o nosso próximo. E essa ideia sobre o que significa a palavra próximo,
mudou nesta "Era Digital”. Hoje, com alguns cliques, nós, como cristãos,
temos o poder de transmitir a graça, amor, sentimento de pertencimento e
aceitação ao nosso próximo, independentemente de quão longe fisicamente eles possam viver de nós. O voo da nossa
cidade natal, Waco, no Texas, para o Brasil, dura mais de 15 horas, mas podemos
enviar pequenas palavras de encorajamento em questão de segundos. Então eu acho
que isso é para isso que somos chamados. Usar a tecnologia de hoje para
continuar a amar como Cristo e usar palavras de cura para fortalecer aqueles ao
nosso redor a fazerem o mesmo.
NALU: Quais são as
suas principais influências?
TDA: Nós somos
influenciados por quase tudo o que vemos e ouvimos. Eu acho que, como seres
humanos, somos todos influenciados, mesmo de maneiras que não conhecemos.
Então, estamos constantemente à procura de ideias, inspiração ou de uma maneira
criativa para entregar palavras e ações que mostram às pessoas que as amamos e
que Deus as ama. Honestamente, a paixão que nós vemos em vocês é algo que
realmente tem nos inspirado recentemente. Os nossos irmãos e irmãs brasileiros
nos fizeram concentrar nas coisas ao nosso redor e a não ficar presos em nossos
próprios sentimentos
de indignidade, autodúvida, ou qualquer coisa. Em vez disso, vocês têm nos
inspirado a viver uma vida plena de alegria e paixão.
NALU: Como é o
processo de escrever e fazer música nova?
TDA: É diferente para cada
canção. Eu sou realmente comprometido em passar
mensagens de esperança e alegria nos momentos bons e nos momentos difíceis, por
isso estou sempre procurando maneiras de dizer esta mensagem de uma forma nova
e única. Inspiração artística funciona em muitos níveis. Às vezes é como um rio
corrente de ideias, outras vezes é como construir uma casa com uma pequena
pedra de cada vez. A parte mais difícil é a persistência e manter a mente
sempre aberta. Sempre ouvindo e sempre pronto para fazer o trabalho, evitando a
autodúvida a todo custo.
NALU: O nome “The
Digital Age” remete aos tempos modernos. Como encorajar os jovens a adorar num
tempo em que os corações têm se afastado de Deus?
TDA: Acho que o incentivo
que queremos dar às pessoas é que elas não estão sozinhas. As pessoas estão se
distanciando de Deus, eu creio, porque elas querem colocar essa fachada que parece
perfeita: independente, e impecável e elas trabalham duro para manter essa
máscara. Mas no processo eles estão ignorando a fundação, nossa comunidade de
fé, nossa aceitação um do outro e, finalmente, a verdadeira realidade de nossa
identidade como filhos de Deus, amados como nós somos, aqui e agora pelo
perfeito amor de Jesus Cristo. Então eu acho que o nosso encorajamento vem
daquela sensação de
identidade ou pertencimento, de que você não precisa entrar num lugar junto com
outras pessoas para adorar e ser perfeito, mas que você é perfeitamente amado.
NALU: As pessoas do Brasil amam a banda e o sentimento parece
ser recíproco. Tem alguma apresentação que marcou vocês?
TDA: Nós amamos vocês. Profundamente.
Eu brinquei sobre isso algumas vezes, mas eu realmente acredito que é verdade,
que Deus me deu um coração brasileiro. Toda vez que eu estou no Brasil, a minha
vida é enriquecida. A minha fé e alegria são reforçadas, de modo que cada
apresentação é única, cada conversa ou relacionamento que tive foram especiais
para mim. Eu acho que se tivesse que apontar um momento que marcou a minha vida
ou que realmente mudou a minha trajetória seria na Conferência Livres, com
Juliano Son, em
maio de 2014. Nós tínhamos sido convidados para participar desta conferência, o
que foi uma honra, mas nenhum de nós sabia nada de português na época. Nas
semanas que antecederam a conferência, eu estava começando a ficar nervoso
sobre não ser capaz de me comunicar com as pessoas, eu queria uma maneira de me
conectar e mostrar que eu realmente me importava com elas, mesmo que eu não
pudesse falar sua língua. Então, eu encontrei um vídeo do YouTube da música How
He Loves (Ele Me Ama) em português e aprendei a cantar ouvindo umas 1000 vezes. E chegou a
hora de cantar esta canção: nós fizemos a primeira estrofe em inglês e as
pessoas cantaram junto, daí nós mudamos para português no segundo verso e...
aquele momento. Depois que eu comecei a cantar em português, minha voz e a do
público combinadas era uma harmonia que só o Espírito Santo pode produzir. Foi
o som mais bonito que eu já ouvi, até hoje, quase dois anos depois, o eco
daquele som me enche de alegria de uma forma que eu nem consigo descrever.
NALU: Nós ouvimos
frequentemente que os brasileiros têm algo de especial. Quando se trata de
adoração, essa afirmação é verdadeira?
TDA: É muito verdadeira.
Vocês são loucos!
NALU: O que vocês mais
gostam no Brasil?
TDA: Vocês!!!! A maneira
que Cristo nos fala através de vocês. Nós amamos vocês, amamos seu país e
sempre amaremos, independente de quão difíceis as coisas estejam, com políticos
e corrupção, nós amamos Brasil. Acreditamos que Brasil é como uma semente que
foi plantada, num lugar difícil, onde é escuro e complicado de ver uma saída.
Acreditamos que, em última instância, o Brasil será transformado através do
trabalho da Igreja, através da união, fé, esperança e perseverança.
Transformado de uma semente em uma bela árvore, forte, flexível, que irá
glorificar a Deus.
NALU: Quais são os
projetos para 2016? Vocês têm planos de vir ao Brasil em breve?
TDA: Se Deus quiser!
Estamos muito ansiosos para voltar à nossa segunda casa. Neste momento, estamos
terminando nosso álbum, e nós não compartilhamos isso com ninguém ainda, mas
vamos revelar o segredo. O álbum vai se chamar "GALAXIES". A ideia do
CD fala sobre como às vezes nos vemos como insignificantes, pequenos, sozinho e
sem poder, da maneira que frequentemente dizemos a nós mesmos: "O que
posso fazer para mudar este problema?", "Eu sou muito fraco",
“Eu sou insignificante", "Eu sou inútil". Imagine o seguinte:
você está olhando para o céu e vê um milhão de estrelas e na vasta exibição de brilho, você vê uma partícula
de luz um pouco desbotada, este ponto de luz é como muitos de nós passamos a
vida pensando sobre nós mesmos: pequeno, insignificante. Mas a coisa legal que
me surpreendeu recentemente foi o fato de que se você pegar um telescópio e
olhar através da lente, percebe que aquele ponto desbotado de luz, que achou que
fosse uma mera estrela insignificante, é na verdade uma galáxia inteira com
centenas de bilhões de estrelas, brilhando mais do que você jamais poderia ter
imaginado. E essa galáxia é
VOCÊ. Nós somos galáxias. A verdade é que estamos cheios com o poder do Espírito
Santo. Nós somos poderosos. Nós somos bonitos. A luz da alegria de Cristo em
nós é ofuscante e estamos aqui para usar esse poder, essa relevância, essa
alegria, esse calor para unir a Igreja e transmitir compaixão, amar as pessoas
poderosamente, aqui e agora.

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