Mari Raugust, criadora do 'Passarela Estreita', conta como faz da moda uma maneira de levar as pessoas à Cristo
Quando o assunto é moda, sempre surge aquela polêmica nas igrejas. O que pode, o que não pode, isso é moda ou vaidade? Isso é curto ou não é? E por aí vai. Mas com a personalidade dessa edição não existe polêmica nenhuma e ela, inclusive, tem um blog de moda cristão, onde fala sobre música, beleza, tendências e principalmente de uma vida diária com DEUS. Criado pela consultora de moda porto alegrense, Mari Raugust, de XX anos, o Passarela Estreita foi inspirado em Mateus 7:14, onde fala que estreito é o caminho que leva à vida e poucos são os que o encontram, e, para a consultora, o mesmo princípio é válido na moda. Tudo nos é lícito, mas nem tudo convém.
NALU: Como o ministério Passarela Estreita surgiu?
Mari: Na verdade o blog iniciou com a ideia de compartilhar o que eu gosto e o que acredito, aos poucos pessoas começaram a se identificar e quando percebi já tratava-se de algo além de uma plataforma digital, mas sim de um instrumento para conectar corações a Palavra de Deus.
NALU: Por que ‘Missionária da Moda’?
Mari: É como dizem, "toda alma com Cristo é um missionário. Toda alma sem Cristo é um campo missionário". Como sou uma alma com Cristo e que trabalha com moda, sou uma missionária da moda!
NALU: Quais os maiores desafios que você enfrentou/enfrenta?
Mari: Sobre o blog, acredito que as limitações profissionais. Hoje em dia blogs, youtube, todos possuem um nível de qualidade e estrutura muito bacana, mas geralmente são pessoas que vivem disso. Como não vivo de blog, tive dificuldades de oferecer conteúdo no mesmo padrão de excelência técnica que os demais.
NALU: Como você desenvolve seu ministério?
Mari: Na verdade eu cuido do Passarela estreita sozinha. Já recebi convites para levar a Palavra de Deus em outras igrejas e inclusive aceitei alguns, mas procuro ter muito cuidado e temor. Há tempo para todas as coisas, hoje eu entendo que minha maior escola é minha igreja local e ali é minha prioridade. É legal ser uma benção na internet ou pregando em um evento, mas quem me conhece de verdade são as pessoas que convivem comigo e se eu não frutificar aqui, não tenho raízes para frutificar em nenhum outro lugar.
NALU: Existe um código de vestimenta no meio cristão?
Mari: Graças a Deus, não! Senão eu estava condenada porque gosto de usar visuais diferentes, a começar pelo cabelo (que é curtíssimo)! Hehe Acho bacana preservar o corpo, não passar uma imagem vulgar, é sempre bom ter esse cuidado, mas de resto, acredito que os cristãos estão cada vez mais estilosos.
NALU: Qual a relação entre moda e santidade?
Mari: Santidade é algo que se manifesta na sua essência e moda é expressão. Não acredito em uma moda evangélica, mas acredito sim que existe uma comunicação através da nossa vestimenta. Se o que você pretende transmitir para o outro é pureza, santidade é preciso ter um cuidado para saber se você está escolhendo as peças certas que passem esta imagem.
NALU: Algumas igrejas têm doutrinas relacionadas ao vestuário e algumas não. Nas que possuem doutrina a respeito de roupa, as mulheres, principalmente, são alvo de chacota e, muitas vezes, até por pessoas que congregam em outras igrejas que não tem esse costume. O que você tem a dizer sobre isso?
Mari: Acho tranquilo, se a pessoa que congrega lá, se sente bem assim, não vejo problemas. O importante é estar confortável com a visão da igreja e obedecer.
NALU: Você acredita que existe uma ditadura da beleza? Por quê?
Mari: Com certeza sim. Inclusive promovi um desafio no blog em que falava um pouco mais sobre o assunto. Infelizmente convivemos com os tais dos padrões impostos pela sociedade, mas o que me alegra é ver o quanto as mulheres (em geral, cristãs ou não), estão cada vez mais bem informadas e empoderadas, bastante dispostas a irem contra essa imposição. Eu combato a ditadura da beleza no conteúdo que produzo pro blog e também na minha maneira de ser e de viver. Não é fácil, pois a ditadura da beleza é cultural, mas com um passinho de cada vez a gente chega lá!
NALU: Você pode nos explicar essa relação entre moda-vaidade-consumismo?
Mari: A moda está vivendo um momento muito bacana do consumo consciente, é uma tendência. Isso me alegra muito, pois as pessoas compram menos e melhor. Estamos entrando em um tempo em que vai pegar mal você consumir por consumir, ter um armário cheio de peças que não usa, que só ocupam espaço. E como consultora de moda, tenho a oportunidade de participar desse movimento, sempre tentando direcionar clientes e amigas para o "menos é mais". Claro que ainda há muito o que mudar no comportamento do consumidor, mas já dá para ver a luz no fim do túnel (risos).
NALU: Na Bíblia, em 1 Timóteo 2:9-10, lemos que Paulo orienta as mulheres a se vestirem humildemente e muitos cristãos entendem que a mulher não deve ‘se adornar’, se vestir bem... O que você tem a dizer sobre isso?
Mari: É como digo: ordem dos estilos não altera a salvação. Acredito que no Reino há espaço para sermos como somos, cada um com o seu estilo. Moda é arte, é expressão e não apenas vaidade. Cada pessoa precisa sondar sua intenção e saber quando ela é pecaminosa, suja ou não. Para conhecer acesse: www.passarelaestreita.com / www.instragram.com/passarela_estreita / www.facebook.com/PassarelaEstreita

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